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Concorrência para todo mundo ver

Escola de inglês aposta em método ousado para selecionar sua agência


10 de agosto de 2012 - 1h06

 A concorrência pela verba de publicidade, costumeiramente, é um processo escondido a sete chaves pelos anunciantes. Mas a escola de inglês CNA decidiu bradar aos quatro cantos, e usou um anúncio em Meio&Mensagem (na edição 1520, com data de capa de 30 de julho) para comunicar ao mercado que estava procurando uma nova agência.

O anúncio em fundo vermelho trazia um “procura-se agência” e informava os pontos da marca que poderão ser explorados na comunicação. A CNA diz que tem mais de R$ 20 milhões de investimento em mídia (não fica claro se o valor é de um ano ou mais), além de patrocínio de sete campeonatos estaduais de futebol e o Campeonato Brasileiro da Série A. Outros adendos, em relação ao mercado: a CNA inaugura uma escola nova a cada três dias e o mercado de escolas de inglês atende a apenas 3% da capacidade que tem. “Quer crescer com a gente?”, conclui a peça, informando o e-mail para contato.

A verba era atendida, até então, pela Cheil, que avisou que participará da concorrência. Mas ela não está sozinha. Duas outras agências seguiram a onda de abertura e comunicaram, também em anúncios publicados no Meio&Mensagem da semana subsequente, que queriam participar.

A DPZ, com uma mensagem sucinta e o mesmo fundo vermelho: “Keep calm and call DPZ”, uma brincadeira em relação a um meme conhecido da internet que alia o “keep calm” (mantenha a calma) a algum outro comentário. “A agência mais fluente em resultados para seus clientes quer atender a sua conta”, completa o anúncio, que traz o contato do diretor geral Flavio Conti.

Outro anúncio foi da Fábrica, também com o vermelho. Divertida, a peça trazia um inglês macarrônico, inspirado em Joel Santana, com frases como “+ de sixteen years old of experiência on the table” e “We do not inaugurated nada over the past sixteen year, we sill above Ofner, in Itaim, but we grow 3000%”. Ao final, a mensagem, também com erro craso (obviamente intencional) “But our english my friend, are plus or less!”.

Apesar de não colocar o nome do anunciante, a referência à escola de inglês é clara.
Quem reagiu também foi o Sindicato das Agências de Propaganda de São Paulo, que elogiou o “processo democrático e aberto de contratação de agência de publicidade”, em carta enviada ao anunciante e divulgada à imprensa. Outra iniciativa foi o envio do Guia de Melhores Práticas da Fenapro e da ABA, e a sugestão para que a empresa considere o aspecto técnico, e não apenas o preço, para escolher a agência. Se isso vai ocorrer, possivelmente todos saberão. Pelo menos, se a CNA mantiver a política de abertura em relação ao processo.

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